
Agora é no gogó
Caio Nunes fez bailarinos suarem a camisa - e cordas vocais - e o resultado é o musical apresentado hojeEnquanto muitos aproveitavam as tardes em Joinville, o coreógrafo Caio Nunes e um grupo de 25 meninas ficaram praticamente internados na Cidadela Cultural Antarctica. O resultado desse empenho pode ser conferido hoje, quando os participantes da Oficina Mix apresentam o musical construído durante os últimos dias. E o professor garante: deu bastante trabalho, mas vale a pena.
A idéia parece simples. Os interessados em participar do espetáculo tinham que comprovar, em apenas 30 segundos, um conhecimento mínimo em dança e canto. Roteiro na mão, Caio e sua equipe aprontaram a montagem em nove dias, para duas sessões no Teatro Juarez Machado, como atração do penúltimo dia do Festival de Dança. E só.
Coreógrafo, professores e alunos literalmente suaram a camisa para aprontar tudo. A primeira tarefa foi dar unidade a um grupo heterogêneo, formado por pessoas de Rondônia, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, algumas com muita, outras com pouca experiência. O contato inicial, apenas via e-mail, até ajudou - Caio só não contava com a maciça presença feminina no elenco. "O roteiro havia sido criado especialmente para Joinville, e era misto de meninos e meninas. Mas, por um motivo que não conheço, só se inscreveram mulheres", ressalta. Mudanças feitas, hora de colocar a mão na massa.
O desafio principal é acrescentar em quem só faz dança as técnicas de canto e interpretação. "A proposta é que o aluno saia e pense que dá pra coisa, pesquisar sobre musicais", salienta. O processo de construção da montagem é árduo, com carga horária de seis horas diárias: ou o participante se apaixona pelo gênero, ou faz questão de esquecê-lo.
A experiência dos trabalhos na TV Manchete, SBT e recentemente na Rede Globo foi vital. Caio Nunes desenvolveu o método da Oficina Mix há dez anos, e a cada nova montagem diz se surpreender com o resultado. Ao lado dos dançarinos e coreógrafos Carla Martins e Alan Rezende, da preparadora vocal Mona Vilardo e da iluminadora Deise Calaça, o mestre concebe o musical ainda no Rio de Janeiro. Mesmo com toda a estrutura de uma emissora de TV por trás, Caio diz não querer "misturar as coisas". Todas as canções são gravadas por um produtor contratado, que insere novos arranjos e instrumentos em novas versões de musicais americanos.
Para os participantes, sejam alunos ou professores, compensou. O resumo desses nove dias de muito esforço será resumido nas apresentações desta tarde, com entrada gratuita. Pode não ter a pompa e o preparo de um show da Broadway, mas Caio Nunes promete uma atração de muita qualidade, mesmo feita à base da raça.
( edson.burg@an.com.br )
EDSON BURG
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2068704.xml&template=4187.dwt&edition=10342§ion=991
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